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A PROFISSIONALIZAÇÃO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NO MARCO DA GLOBALIZAÇÃO: PARADIGMAS E PROPOSTAS  Paradigmas e Propostas

 

 

Antonio L. C. Miranda
Professor Doutor da Universidade de Brasília

 

/Publicado originalmente em livro, na Bahia:
MIRANDA, A. "A profissionalização da Ciência da Informação no marco da globalização: paradigmas e propostas". Informação e Informática. In: Nídia M. Lubisco, Lídia Brandão.(Org.). EDUFBA, 2000. 307p.

 

 

"Colocamos mais ênfase no fluxo da informação do que em seu uso efetivo." (ROBERTA LAMB)

 

 

1 / Políticas Públicas e Iniciativa Privada

 

        Os desafios da sociedade da informação para as profissões tradicionais vem sendo discutidos e as visões ou cenários previstos vão do otimismo mais alienado ao pessimismo mais renitente. Nas discussões que vimos mantendo com mestrandos e doutorandos, nos últimos três anos, na disciplina Informação. Desenvolvimento e Sociedade do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília, o debate se restabelece periodicamente, com posições contrastantes conforme a formação ou o engajamento profissional e político dos alunos. Os mais voltados para as novas tecnologias assumem opiniões mais positivas e os mais comprometidos com ideologias políticas geralmente são os mais céticos. Uma aluna do referido curso chegou a sumariar as idéias da controvérsia no artigo intitulado O lado perverso da globalização na sociedade da informação (ATAÍDE, 1997).

        Vários paises e blocos económicos já definiram suas políticas em relação à formação da inffa-estrutura para a sociedade da informação. No Japão, pioneiro no setor, tal definição ocorreu na década de 50 e em anos subsequentes foi possível fazer o monitoramento do processo de reciclagem de pessoal conforme as políticas projetadas em seus diferentes estágios de desenvolvimento, como demonstram os estudos e propostas de Masuda (MASUDA, 1996). A Comunidade Económica Européia também já definiu ações para a informatização da sociedade regional e os listados Unidos vêm formulando seus projetos de implantação de infovias, em escala planetária, com o apoio da iniciativa privada e sob a liderança política do vice-presidente Al Gore (CRESPO. 1996). A situação do Brasil esta equacionada nos termos da proposta apresentada pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, sob a responsabilidade de Ivan Moura Campos. Carlos Jose Pereira de Lucena e Silvio Lemos Meira (BRASIL. Conselho...).

        A discussão relativa à responsabilidade pelo encaminhamento do pro- cesso - se por iniciativa do governo, através de políticas publicas, se a cargo da iniciativa privada e das leis do mercado, ou, alternativamente, pela terceira via de uma parceria responsável em que a industria da informação financia e o Estado fiscaliza - esta em pauta, pelo menos nas sociedades mais desenvolvidas.

 

2 / Novos Paradigmas e os Profissionais da Área da informação

 

        Os desafios estão (ou estarão) necessariamente correlacionados aos novos paradigimas colocados em pauta a partir das transformações em jogo. a saber:

 

•      novas tecnologias;

•      organização virtual:

•      acesso à informação;

•      qualidade e produtividade;

•      cooperação.

 

        Estes paradigmas vem sendo exaustivamente discutidos na literatura profissional da área (MIRANDA, 1996; TARAPANOFF. 1997). Caberia apenas ressaltar que o impacto das novas tecnologias sobre o desenvolvimento de sistemas e serviços de informação vem obrigando a uma total reengenharia dos processos de produção e distribuição da informação e mesmo a uma reformulação no manejo de estoques mais convencionais, como os dos arquivos e bibliotecas.

Uma das características da organização virtual no setor e a complementaridade entre os estoques físicos localizados no espaço geográfico e os arquivos digitais projetados no espaço cibernético para facilitar o acesso remoto as infonnações. Conjugando a recuperação instantânea de referencias bibliográficas com a recuperação dos textos completos e articulando o acesso virtual a grandes acervos digitalizados com o acesso às extensas coleções fisicamente armazenadas em nossas instituições de ensino e pesquisa, os novos paradigmas vêm exigindo a normalização e a sistematização de processos e protocolos de intercambio, o que permite o controle da qualidade, a racionalização e o aceleramento de recursos e procedimentos e o uso compartilhado dos estoques informacionais, através de sistemas cooperativos e de consórcios de todo tipo.

        Um estudo recente sobre o perfil do profissional da área da informação, realizado através das instituições participantes da rede COMUT. rev elou que 82,54% dos profissionais são graduados em biblioteconomia e 9.22% são documentalistas, arquivistas, museológos, engenheiros, analistas de sistemas, etc. A referida amostra pode não representar cabalmente o universo dos profissionais que atuam na industria e no mercado da informação, mas espelha o subsetor dos serviços de informação documental (TARAPANOFF, 1997). O mesmo estudo revelou também que tais serviços são oferecidos em sua maioria pela esfera governamental (65,50%). cabendo a iniciativa privada um percentual de 32,50%, embora seja presumível que esse setor esteja em rápida expansão. E ate possível prever um crescimento muito grande na terceirização dos serviços de informação, o que vai depender, no entanto dos investimentos na formação de estoques de informação ou em assinaturas coletivas de serviços internacionais por agências governamentais, em virtude dos altos custos de sua organização.

        Outro aspecto interessante repousa nos níveis de formação da mão-de-obra, em relação aos quais 47.25% têm apenas o diploma de bacharel, 39,50% são especialistas (strictusenso), 9,75% possuem mestrado e apenas 2.25% são doutores. Embora a soma de especialistas, mestres e doutores, isto e. de profissionais com cursos de pós-graduação, atinja significativos 51.51% do universo, constatou-se que 60,74% das atividades desempenhadas por esses profissionais estão classificadas entre as mais tradicionais do chamado ciclo documentário.

        Os fatores que estariam influenciando tais mudanças seriam a aquisição acelerada de microcomputadores, a automatização dos serviços de processamento, recuperação e empréstimo de acervos, o acesso a redes de serviços (como a Rede Nacional de Pesquisa, a Rede Antares e a Internet), a proliferação de bases de dados e de textos em CD-ROM, a implantação de cabos de fibra ótica em nossas instituições de ensino e pesquisa e mesmo no setor produtivo, assim como o impacto dos recentes programas nacionais de qualidade total, a adoção de técnicas mais agressivas de marketing e a implantação crescente das chamadas bibliotecas virtuais.

        Em tese, estaríamos testemunhando o confronto entre um retrato conservador das profissões que lidam com os produtos da sociedade da informação e um elenco de oportunidades potencialmente extraordinário, embora ainda não plenamente aproveitado, seja por falta de infra-estrutura. seja por falta de capacitação profissional adequada. Como disse Jetin, "os paradigmas tecnológicos definem as oportunidades para as inovações posteriores e, ao mesmo tempo, os procedimentos básicos que vão permitir a exploração das inovações" (JETIN, 1996).

        Ainda analisando as transformações ocorridas no ciclo informacional, estaríamos superando a fase em que priorizávamos excessivamente a formação do estoque e seu processamento técnico e passando a valorizar a questão do acesso e da transferência da informação. No entanto, agora estaríamos colocando mais ênfase no fluxo da informação de que em seu uso efetivo, porque existe uma crença generalizada de que as estruturas organizacionais modernas se validam ou se legitimam pela capacidade de oferecer condições para o processo de tomada de decisões em ambiente competitivo, sem questionar se existem barreiras a transferencia do conhecimento. E as barreiras são enormes. Aqui volta a imperar o pensamento positivista, evolucionista, o qual, numa perspectiva otimista, "cria expectativas nada realistas, baseadas no pressuposto de que o uso de fontes de informação transforma o individuo"  (LAMB.   1996).  Acredita-se,  ingenuamente, que as redes informatizadas colocarão Aa disposição de todas as pessoas os melhores professores do planeta e que os governos tornar-se-ão consequentemente mais abertos, transparentes e sujeitos ao controle da cidadania.

        No enfoque que estamos privilegiando - qual seja o do perfil do profissional da informação na sociedade do conhecimento - e possível reconhecer um papel fundamental para tais profissionais - sejam eles bibliotecários, educadores ou assessores especializados -no processo de mediação entre usuários e sistemas de informação. Em pesquisa realizada por

        Roberta Eamb, os executivos norte-americanos, não obstante terem a sua disposição, através de interfaces amigáveis, condições de acesso quase ilimitado às fontes de informação, preferem os serviços facilitadores, selecionados, com valor agregado, sob medida para as exigências do cliente (LAMB. 1996). Talvez porque estejam convencidos de que a busca de informações requer tempo, esforço e especialização do intermediário ou porque estejamos vivendo num universo caracterizado pela abundância de dados (Information overload) e pela pouca objetividade em termos de informação segmentada.

        Os idealizadores das novas estruturas informacionais. no contexto da globalização e da sociedade do conhecimento, deverão reconhecer o fato de que a simples existência da informação em redes de computadores (ainda que devidamente atreladas aos melhores estoques e aos mais habilidosos fornecedores) não é garantia de sua distribuição em termos social e politicamente correios e equitativos, pois tal distribuição não depende apenas de infra-estrutura física ou de "vontade política". Ela depende sobretudo de uma generalizada capacitação do publico, ou melhor, depende tanto da qualificação dos profissionais mediadores quanto, principalmente, do nível de escolarização e aperfeiçoamento da população (real e potencialmente) usuária.

        Não pretendemos aprofundar a discussão do problema da "informação como ideologia" — tema que já abordamos em outro trabalho recente (MIRANDA, 1996). Queremos apenas afirmar que o grande desafio do futuro será enfrentar o fato de que os estoques de informação do porvir serão como arquipélagos, distribuídos em milhares de pontos presumivelmente acessíveis, mas requerendo para isso um esforço fantástico de intervenção profissional para sua organização e uso mais adequados. Essa intervenção estaria centrada no binómio estrutura e conteúdo, ou seja. por um lado, na capacidade técnica de implementação das redes e sistemas e, por outro, no tratamento documental dos registros físicos e não-fisicos dos tradicionais e dos novos suportes da informação. Tarefa de dimensões extraordinárias, com enfoque interdisciplinar e planejamento em equipe. A qualidade da recuperação estará em relação proporcional corn a capacidade de tratamento da informação nas fases de controle e processamento.

 

3 / Novos Desafios e Soluções na Esfera Profissional

 

Se for objeto de um tratamento conceituai e tecnológico adequado, a velha dicotomia entre artefato físico e informação digital será mera questão de retórica. Assim também as dicotomias entre geral e particular, entre concentraiização e descentralização, entre coordenado e autónomo, entre normalizado e não-normalizado. entre livre acesso e acesso controlado. Tudo isso estará relacionado aos limites e capacidades dos sistemas e programas que sejamos capazes de criar e gerenciar no futuro. A informação, por consequência, se transformará em valor independentemente de suporte e localização, exigindo novas abordagens teóricas e metodológicas, novas práticas e novas tecnologias para seu ciclo de vida e transformação.

        Sendo a informação, em ultima instância, um ingrediente-chave de toda a nova engenharia social em desenvolvimento nas sociedades pós-industriais e pós-modemas, os desafios poderiam ser resumidos, em sua perspectiva político-social, da seguinte maneira (LAMB; 1996; DERTOUZOS, 1997; LÉVY, 1993):

 

•      desigualdade de condições frente a decisões fundamentais, que dependam de dados e informações;

•      estratégias orquestradas para enquadrar e dirigir a vida das pessoas, tanto em relação a seu trabalho quanto em relação ao consumo;

•      apresentação do futuro da sociedade como algo inegociável, pré-detenninado pela conjuntura e pela tecnologia:

•      ênfase no reconhecimento do individuo mais do que na solução de problemas coletivos e na definição de suas responsabilidades;

•      desenho de estratégias que ocultam e ofuscam importantes domínios da complexidade social.

 

        Muitos dos problemas e dos desafios colocados pelo advento da sociedade da informação gravitam na esfera das questões sócio-econômicas e políticas e já existe uma consciência crescente, nas organizações não-governamentais. nos governos e na sociedade civil em geral, quanto aos seus efeitos. É crescente a reunião de especialistas para discutir e propor soluções consensuais, no âmbito do direito publico e privado nacional e internacional, para as questões do direito autoral, do direito a informação pela cidadania, da defesa dos valores e interesses nacionais no concerto das transações internacionais e frente aos monopólios do "imperialismo informacional" (LAMB. 1996; DRAHOS, 1995), ou seja, para vencer as contradições entre a ilimitada privatização dos bens informacionais e a estilizaçâo sem controle por parte do cidadão. No âmbito do presente trabalho, devemos nos restringir as propostas para o equacionamento dos problemas relacionados às ações dos profissionais da informação e das instituições líderes no processo de informatização da sociedade. Conforme podemos detectar na literatura consultada, tais "soluções" ou proposições são as seguintes:

 

•      desenvolver objetivos informacionais, para toda a sociedade, que tenham como base o acesso igualitário, reconhecendo o papel do Estado na manutenção e na fiscalização permanente das estruturas. Em outras palavras, estabelecer regras e mecanismos que possam assegurar o acesso mas também defender a sociedade diante dos abuses, matéria de controvérsia que não cabe discutir aqui:

 

•      desenvolver sistemáticas através das quais os usuários possam exercer um papel ativo na provisão da informação requerida, isto c*. sistemas simplificados e interativos, em que um numero efetivamente maior de pessoas tenha acesso a informações fundamentais para seu desenvolvimento pessoal e social.

 

•      desenvolver sistemas de comunicação que sejam mais compatíveis e conversíveis, permitindo assim reduzir as barreiras atuais e facilitar a transferencia de dados em nível multidisciplinar e interinstitucional, incluindo a possibilidade de multiplicar catálogos coletivos (ou lista de sites, etc.) que simplifiquem as buscas de informação:

 

•      realizar pesquisas sistemáticas sobre o fenômeno da transferencia de informações e sobre sua relação com o aprendizado e a geração de novos conhecimentos e suas aplicações, ou seja, fazer com que as linguagens de busca sejam mais efetivas. o que implica também no estudo inter e multidisciplinar, em bases multilinguísticas. dos vocabulários.

 

        Nessa etapa pós-gutenberguiana da civilização será possível imaginar buscas eletrônicas em imensos e variados estoques textuais, em escala mundial, com as facilidades do hipertexto para transitar de uma fonte para a outra no processo de aprofundamento do conhecimento. Num ambiente como o que se projeta para o futuro, será possível pensar nas bibliotecas não mais como simples depositarias de acervos, mas como pontos de acesso a um universo ampliado de fontes internas e externas, ou seja, como verdadeiras "bibliotecas virtuais" no âmbito de redes e sistemas integrados.

 

4 / Da Responsabilidade profissional como conclusão

 

Fica patente, do exposto, que a responsabilidade pelo equacionamento dos desafios interpostos pelo advento da sociedade da informação e tarefa de todos os segmentos da sociedade, embora também caiba aos profissionais da informação e ás suas instituições um papel importante. Muitas das soluções são políticas e mesmo jurídicas, outras exigem desenvolvimentos tecnológicos apropriados, assim como soluções teóricas e normativas que dependem de pesquisas em geral e da ciência da informação em particular.

        Todas as profissões, hoje, em maior ou menor grau, estão sendo afetadas pelo impacto das novas tecnologias e todas, sem exceção. gravitam em tomo do fenômeno popperiano do registro e do uso do conhecimento (POPPER, 1975). Nessa concepção de Popper existe também um "terceiro mundo", habitado pelos registros do conhecimento, os quais requerem a expertise de profissionais especializados para seu devido tratamento e recuperação pela sociedade. A informação seria aqui objeto de estudo, não apenas para que pudéssemos apreender seu conteúdo, mas também para que compreendêssemos melhor sua formalização e comunicação, matéria de pesquisa e experimentação por parte de profissionais habilitados.

        No âmbito da ciência da informação, há necessidade de novos profissionais, com perfis diferenciados, para o equacionamento dos desafios detectados. No nosso entendimento, podemos realizar dois "cortes" no processo, a saber:

 

•      um corte vertical, que permita a criação de uma verdadeira carreira profissional. Sem entrar em detalhes e justificativas, seria o caso dc profissionalizar pessoal nos seguintes níveis:

 

-       Técnico de segundo grau - formação que se caracterizaria por uma espécie de pré-especialização. Os sistemas dc informação requerem hoje operadores capacitados, que possuam a melhor formação profissional, mas que sejam remunerados em níveis compatíveis com a realidade de mercado. A industria não pode ser mantida apenas por graduados universitários que contracenam, na base. com auxiliares sem qualificação especifica;

 

-       Graduação universitária - para habilitar profissionais na área da ciência da informação, oferecendo treinamento nos conceitos e técnicas próprios do trabalho em sistemas de informação. Nos cursos poderá persistir um currículo mínimo (minimorum), com a maior quantidade possível de matérias eletivas para preparar quadros com diferentes habilitações. Antes pensávamos em tipos de bibliotecas e arquivos (públicos, universitários, especializados, etc), agora estamos pensando em nichos tais como informação cientifica, informação tecnológica, informação para negócios, etc.

 

-       Especialização — para capacitar profissionais com elevado índice de conhecimentos orientados para setores específicos do mercado da informação. Antes os cursos estavam voltados para a mera reciclagem e atualização de conhecimentos, pelo menos na área da biblioteconomia; agora o que se pretende ê dotar o especialista de conhecimentos específicos, o que só será possível se ele adquirir habilidades e técnicas a nível de tecnólogo, como por exemplo para trabalhar corn editoração eletrônica, automação de serviços, desenho e ergonomia de paginas eletrônicas e outras capacitações;

 

-       Mestrado — para qualificar administradores, gerentes, planejadores, consultores e docentes, os quais constituem a massa critica necessária para o desenvolvimento do setor. Os cursos seriam diferenciados pela exigência ou não de dissertações, podendo-se optar também pela defesa de projetos, produtos e outras vertentes criativas;

 

-       Doutorado/Pós-Doutorado - para formar os profissionais e pesquisadores necessárias aos programas de ensino e pesquisa e para capacitar administradores de alto nível.

 

•      um corte horizontal onde caberia ressaltar a necessidade de se favorecer a diversidade, a interdisciplinaridade e a transdiseiplinaridade para facilitar futuras atividades em equipe, em organizações que possam adaptar e gerar seus próprios conhecimentos competitivos. No caso da especialização, seria interessante atrair engenheiros, analistas de sistemas, historiadores, jornalistas, além de bibliotecários e arquivistas, para que se consiga conjugar os conhecimentos próprios de cada área corn os da ciência da informação, requeridos no processo de desenvolvimento de sistemas de informação dentro dos novos cenários. Isso resultaria na quebra da atual reserva de mercado que. alem de favorecer o corporativismo, vem isolando e departamentalizando excessivamente o ensino e a pesquisa, isto é, vem se colocando na contramão dos paradigmas e diretrizes propostos pela globalização e pela sociedade da informação. Numa primeira etapa, como ocorreu nos Estados Unidos, certamente vamos ter uma extrema diversidade de programas, títulos e diplomas, mas, como já esta acontecendo lá fora, uma convergência e uma harmonização de conhecimentos, metodologias e experiências, ou seja, um corpus profissional cada vez mais amplo e em permanente evolução, sem as amarras e os limites atuais, acabará se impondo.

 

 

Referências Bibliográficas

 

ATAÍDE, Maria Eza Miranda. 0 lado perverso da globalização na sociedade da informação. Ciência da Informação. Brasília, v. 26, n. 3. p. 268-270, sét./dez. 1997.

 

BRASIL. Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Tecnologias dc computação, comunicação e informação para o desenvolvimento. Editado e revisado por Ivan Moura Campos, Carlos Jose Pereira de Lucena e Silvio Lemos Meira. Documento de circulação restrita.

 

CRESPO, Angela Maria Cavalcanti Mouro. Tecnologia magnelo-optica e almacenamiento de la informacion documental: la utilizacion de los discos ópticos en la gestion electronica de documentos. Madrid: Universidad Complutense de Madrid / Facultad de Ciências de la Informacion. 1996. 600p.

 

DERTOUZOS, Michel. 0 que será : como o novo mundo da informação transformara nossas vidas. São Paulo: Companhia das Letras. 1997. 443p.

 

DRAHOS, Peter. Information feudalism in the information society. The Information Society, v. 11, n. 3, p. 209-222. 1995.

 

JETIN, Bruno. Paradigma e trajetoria tecnológicos. Ops. Salvador, v. 1. n. 1, p. 5-17, 1996.

 

LAMB, Roberta. Informational imperatives and socially mediated relationships. The Information Society. v. 12. n.l. p. 17-37.1996.

 

LEVY, Pierre. As tecnologias da inteligência:: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: 34. 1993.208p.

 

MASUDA, Yoneji. A sociedade da informa(;do como sociedade pós-industrial. Rio de Janeiro: IPEA; Brasília: PNUD. 1996.

 

MIRANDA, Antonio. Problemas culturales. políticos y económicos de la informatizacion en Brasil. In: CONGRESO IBERO AMERICANO DE INFORMÁTICA Y DOCUMENTACION. L. Medellin, Colômbia, novembro de 1985.

 

MIRANDA, Antonio. Sistemas de informação no processo de globalização: uma visão conceituai. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO. 18.. São Luis. 27 a 31 de julho de 1997. lOp. Em disquete.

 

MIRANDA, Antonio. Globalizacion y sistemas de informacion: nuevos paradigmas y nuevos desafios. Ciência da Informação, Brasília, v. 25. n. 3. p. 308-313, set./dez. 1996.

 

POPPER, Karl. Conhecimento ohfetivo : uma abordagem revolucionaria. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975.394p.

 

TARAPANOFF, Kira. Perfil do profissional da informação no Brasil: diagnostico das necessidades de treinamento e educação continuada. Brasília: IEL/DF, 1997. 134p.

 

VITRO, Robert. Palestra realizada em Caracas, em 1998. Não publicado.

 

 

Ao eventual leitor do texto acima:

Este  artigo originalmente foi divulgado no ano de 2000, em um evento profissional na Universidade Federal da Bahia. Se o leitor quiser manifestar-se, será oportuno e útil: críticas, esclarecimentos sobre determinados trechos, sugestões para correções ou ampliações, serão benvindos e até poderá ser considerados para atualizar e republicar...  Agradecimentos antecipados.

 

 


 

 

 
 
 
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